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Olá, meu nome é Tiago (Professor Panela) e nesse espaço você verá algumas ideias minhas (e de outros), refletidas a partir de leituras e do aprendizado com outras pessoas. Acho importante esse tipo de blog porque a educação musical ainda está engatinhando em nossas escolas e o apoio que recebemos ainda é insuficiente. Espero que todos participem com dicas, conselhos, atividades, etc. para que todos possam aprender e trocar experiências.

terça-feira, 8 de março de 2011

O SER, A ESSÊNCIA, O CORAÇÃO

Meu coração aqui se alimenta
Dos venenos, de uma vida sem beleza.
Minha alma agora grita por clemência
Entorpecida por um sonho que acalenta.

Cantiga que desperta o sono inerte
Que canção é essa que eu escuto?
Sorrateira melodia que adormece,
Que maldiz o puro anelo, resoluto.

O frio de uma alma adormecida,
Distraída pelos vícios, pelas dores.
Esquece que esquece o sofrimento
Tão banal é sua vida, seus valores.

Distraída pelos vícios, pelas dores.
Que canção é essa que eu escuto?
Que maldiz o mais puro anelo, resoluto.
Minha alma agora grita por clemência.

Tão ditoso se parece o esquecimento,
Enraizado em terras ardilosas
Cultuado por defeitos que afagam
Meu amor, a essência vultosa.

Como diz as linhas do poeta
“O ser que é ser transforma tudo em flores.
E para ironizar as próprias dores
Canta por entre as águas do dilúvio”.



O Ser se escreve com maiúsculo
E luta pelo anelo resoluto
Pelo Amor, “pela nobre fé tranqüila”.
Se expande pelo cosmos, pela vida.

Meu coração aqui se alimenta
Dos venenos de uma vida sem beleza
Mas o Ser transforma a malvadeza,
Desperta do sonho, da fraqueza.

Que cantiga é essa que desperta?
Que canção é essa que eu escuto?
Que pureza é essa que me afaga?
Que desperta o mais puro anelo, resoluto?

Meu coração aqui se alimenta,
Das impressões de uma vida, da existência,
Das sombras vencidas em meu peito,
Vejo a vontade que cativa o mim mesmo.

E por mais forte que pareça a tristeza,
Meu coração agora se alimenta,
Do Ser, da nobre fé tranqüila,
Da essência, do anelo, da pureza!


Por Mim mesmo
Mês de agosto (2010)

AMOR CELESTIAL



Um pequeno poema que escrevi em 28 de abril de 2004

“Amor Celestial”

Meu céu, oh céu estrelado,
Tão brilhante é sua aura tenra,
Que fragrância exala seus mistérios,
Seu poder de despertar segredos.

Do seu brilho, o Cosmos se alimenta,
E por todo o universo e galáxias,
Sua tenra aura não se cansa,
De dizer o porquê de sua beleza.

Os corações seu brilho almeja,
E por entre espadas afiadas,
Sua doce chispa se embriaga,
Da vontade de estar sempre presente.

E por entre os sóis ela viaja,
Cantando a magia, ao eterno,
E em cada alma ela semeia,
Suas doces flores da vontade.

Ao Eterno sua luz viajará,
E suas flores de tão doce fragrância,
Tão puras e brancas permanecerão,
Pois, por entre os sóis elas estão,
Protegidas pelo Amor Celestial.

KANT E A INDÚSTRIA CULTURAL



Com o advento da tecnologia, a arte contemporânea buscou uma adequação de linguagem, onde o uso dessa tecnologia repercutiu de diferentes formas.
Atualmente, é inegável a influência da mídia sobre a sociedade. Como afirma o clichê, “a TV é uma formadora de opinião”, mas também podemos citar o cinema, o teatro, artes plásticas, a música, etc., nesse processo. O que é verdadeiro, bom e belo é o que a mídia vende ficando clara sua forte influência, principalmente nas camadas mais pobres.
Somos bombardeados por conceitos de beleza, onde se prega a máxima do belo como padrão para se conquistar felicidade, sucesso, trabalho, etc. e, muitas vezes, não se reflete se isso é real, aliás, se tem sentido. Para o filosofo alemão Kant “o belo é livre de tudo e qualquer interesse, onde não é reconhecido valor absoluto”. Para a sociedade atual o belo possui uma conotação completamente oposto, pois há a associação aos valores de utilidade, prazer e moral, onde padrões estereotipados são buscados como forma de aceitação social ou fortalecimento da auto-estima.

Percebe-se o conflito de concepções. Para Kant, o belo é o resultado de uma “satisfação desinteressada”, ou seja, “de uma fusão no sentimento do prazer e do belo, daquilo que é reconhecido sem conceito como objeto de um prazer necessário”. Isso significa uma total liberdade de interesses, onde apenas a pura fruição, subjetividade e universalidade são almejadas. Mas hoje, vivenciamos uma realidade saturada por conceitos de beleza e costumes, onde o resultado é uma sociedade confusa e submissa.
Mas o que é belo, afinal? Refletindo sobre Kant, me parece que esse conceito de belo e juízo estético seja certeiro, pois uma apreciação regida por padrões, não resultará em fruição.
Esse juízo estético difere, em muito, do resultado que a mídia acarreta na sociedade, onde o gosto é afetado pela elite e a criação de estereótipos é massacrante. Tudo isso aliena o povo ao invés de torná-lo mais consciente e individualizado. Essa individualidade, cada vez mais aniquilada pela cultura midiática, só frustra o indivíduo, que busca referências estereotipadas de ser e agir, muitas vezes, esquecendo de si mesmos.
Percebe-se ainda que o sentimento estético de Kant e o “atual”, diferem bastante. Enquanto o belo seria uma articulação entre o entendimento e a imaginação, hoje, seguem-se idéias formadas, onde o que está na mídia é o que “presta”, sem contar que para Kant, a fruição, a subjetividade e a universalidade são conseqüências do sentimento estético. Atualmente, por estarmos presos a estereótipos dados pela indústria cultural, a percepção do belo, possivelmente, não atingiria os níveis citados por Kant.

A indústria cultural, criadora desses estereótipos, acaba influenciando na formação do gosto da população, com o único objetivo de vender, de propagar a arte como mercadoria de consumo.
A construção do belo é totalmente voltada para o consumo, onde o princípio do prazer estético é trocado por status social e prestigio. Toda essa falsa cultura gera a alienação e, consequentemente, a falta de crítica e respeito à arte, ou melhor, a falta do sentimento estético.

O QUE É SER UMA PESSOA SIMPLES?



Lendo em uma comunidade do orkut sobre "adorar pessoas simples", parei para refletir sobre "o que é ser uma pessoa simples".

É ter uma vida sem muitas ambições materiais? Ou seria ter pouco dinheiro?
É morar em uma casa simples?
É ser humilde em sua forma de se expressar?

Sinceramente, para mim, "ser simples" é ter apenas um objetivo em vida, por mais "simples" que ele possa ser.
Para mim, "ser simples" é buscar dentro de mim mesmo a razão da vida.
É buscar ter um anelo verdadeiro e duradouro comigo mesmo.
Encontrar em minha Essência o único objetivo que me importa.

Para mim, "ser simples" é a única coisa que importa em vida, pois "ser simples" é sinônimo de liberdade... de contemplação... de descoberta.

Ser uma pessoa simples, para mim, está além de conceitos.
Tem a ver com saber quem tu realmente és.

Não basta "ser simples" da boca pra fora, mas sim em atos, emoções e pensamentos.

Para mim, a simplicidade da vida está em não complicá-la.
Quando entendermos que a única razão da vida é compreender a forma como reagimos perante ela mesma e, dessa maneira, nos llibertar do que nos causa dor, aí sim seremos "pessoas simples".

A "ARTE" DE CONVERSAR



Conversar e expor opiniões é uma arte para poucas pessoas, devido a sua complexidade. Como é difícil falar o que pensamos sem despertar reações e sentimentos confusos nos outros. Há muito tempo os sábios estudavam "a arte do falar bem" ou simplesmente a "Oratório" para que suas idéias fossem sempre expostas de maneira clara. Ser claro em nossas idéias é algo bastante difícil, pois como somos seres "sociáveis", estamos sempre absorvendo influências externas e como fazemos parte de uma sociedade confusa e composta de uma amalgama de emoções de todos os tipos, se torna difícil ser claro e não despertar reações contrárias as que esperamos.
Fico me perguntando se sábios como Santo Agostinho e Platão se adaptaram pacificamente a essa realidade, afinal eles eram formadores de opinião. Eles queriam o bem das pessoas, onde cada um pudesse refletir sobre sua forma de pensar, sentir e agir e, dessa maneira, fazer com que as pessoas pudessem viver sabiamente, viver com felicidade, afinal, como diz a música "é preciso saber viver", não é verdade? Mas como bem sabemos, nossa sociedade é composta de "um milhão de diferentes universos" e se torna muito difícil chegar a um consenso que agrade a todos. Mesmo quando estamos equivocados e percebemos nosso erro, muitas vezes não conseguimos reconhecer para os outros nossa falha, por sermos muito orgulhosos e, dessa forma, não conseguimos "dar o braço a torcer"; aliás, quem disse que orgulho é virtude afinal? Não foi suficiente uma pessoa ser pregada em uma cruz para isso ficar bem claro?
Bueno, na verdade, acredito que "falar bem" não é a exigência necessária para uma boa conversa. É necessário pensar, sentir e agir de maneira melhor, afinal nossas vidas são feitas disso: de momento a momento, se sentimos, pensamos ou agimos de maneira débil, aonde nós iremos chegar? Dias atrás, olhando o seriado "House M.D." foi dito algo que eu achei muito interessante:

"... nossas vidas são um conjunto de quartos e nosso momento é determinado através das pessoas que estão dentro desses quartos ..."

Se nossas vidas são como quartos diferentes, que possuem pessoas diferentes, não deveríamos dar uma maior atenção ao que as pessoas têm a nos dizer? Claro que todos temos nossas convicções, mas eu gosto de pensar que a vida sempre nos dá as circunstâncias que precisamos para refletir e mudar nosso momento. Não sei se atraímos o que pensamos (como diz o dito: "vira essa boca pra lá"), mas é importante escutar o que as pessoas dizem e respeitar cada palavra, através da reflexão e da compreensão.
Percebo a perfeição nisso. Não sei se isso é "misericórdia divina", "karma" ou simplesmente "o acaso", mas sempre quando tenho dúvida ou sinto desarmonia dentro de mim, alguém vem conversar ou agir de tal maneira que me faz ver meus erros. Isso é fantástico. Aprender com os outros é uma forma de expandirmos nossas percepções, pois muitas vezes não conseguimos ver claramente o que nos incomoda. Aprender observando é quase uma obrigação diária e aprender a falar e a colocar minhas idéias de maneira clara é uma arte, mas uma arte repleta de comprometimento e responsabilidade. Todos nós, meros seres humanos, somos feitos de inúmeras virtudes solares, mas também de defeitos, que nos corrompem a cair e cair, a cada instante, embriagados por venenos que só nos sufocam e nos instigam a querer desistir de nosso maior tesouro: nossa individualidade interna.
Por mais que as pessoas queiram se convencer que não possuem responsabilidades além dos limites de seus lares, eu prefiro pensar que, se nos esforçarmos, o mundo vai vibrar nessa mesma intensidade e isso faz a diferença. Uma pessoa sempre fez, faz e continuará a fazer a diferença para todos. As pessoas precisam de heróis, de exemplos, de alguém que as inspire a serem melhores do que são.
Todos nós somos repletos de bondade em nossa origem, mas por motivos diversos, acabamos nos desviando do princípio precursor da vida. Se cada pessoa fizer sua parte, o mundo será um lugar melhor. Eu tenho certeza disso.
O coração das pessoas podem muito mais do que elas imaginam e o mundo precisa desse "super esforço" de cada um de nós.
No fim de tudo, percebo que "a arte de conversar" não é apenas falar corretamente, mas sim falar com fogo no verbo; com a lucidez vinda do amor; com a doçura do amor que move as nobres almas; com a reflexão e com a vontade de fazer o melhor.