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Olá, meu nome é Tiago (Professor Panela) e nesse espaço você verá algumas ideias minhas (e de outros), refletidas a partir de leituras e do aprendizado com outras pessoas. Acho importante esse tipo de blog porque a educação musical ainda está engatinhando em nossas escolas e o apoio que recebemos ainda é insuficiente. Espero que todos participem com dicas, conselhos, atividades, etc. para que todos possam aprender e trocar experiências.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Palavras Cruzadas como avaliação lúdica



A avaliação em música pode ter um caráter bem descontraído, bem lúdico, mas sem perder a objetividade. Nesse texto, veremos uma forma de medir o conhecimento adquirido.


O professor mostrará uma obra e falará sobre ela (dados históricos), como também sobre o compositor, instrumentos e possíveis características musicais trabalhadas especificamente, como por exemplo: tercinas, semicolcheias, vibrato, etc...o professor abordará o que achar conveniente.


Utilizando toda essa informação, o educador pode fazer uma brincadeira de palavras cruzadas no fim da aula, como forma de avaliar o aprendizado teórico.

Usarei como exemplo para a ilustração de avaliação com palavras cruzadas a aula sobre Passacaglia de J.S.Bach


A sequência de perguntas para a palavra cruzada pode ser a seguinte:

1 - instrumento tocado na música R: órgão
2 - nome dado a parte do instrumento que se toca com os pés R: pedal
3 - Estilo de composição baseado em um tema, geralmente tocado no baixo e em variações sobre esse tema na melodia principal R: Passacaglia
4 - Compositor da música R: Johann Sebastian Bach
5 - Período da música em que foi composta a obra R:Barroco
6 - Essa música é instrumental, vocal ou mista? R: instrumental






Sinceramente, deu bastante trabalho fazer os "quadrinhos" para essa brincadeira.
Existem programas que fazem essa tabela, como o Eclipse Crossword e o Crossword Writer, mas eles não rodam no windows 7. 
Bom, fica a dica.

Passacaglia em Dó menor, BWV 582

PS: Ainda não tive tempo para pesquisar mais a fundo sobre a temática "Passacalha" e, por isso, no futuro pretendo editar essa postagem.


Vídeos no youtube



Passacaglia em Dó menor, BWV 582

Essa é uma proposta bem ousada, levando em consideração a complexidade dessa obra.
Devido a esse fator, recomendo utilizar, no máximo, 1min30seg da música. 

A aula poderia começar com a parte histórica, relacionando o barroco e Johann Sebastian Bach. Depois, poderia ser comentado sobre o instrumento Órgão (Meu instrumento é...).

Com essa parte teórica comentada (teoria de Passacaglia, Johann Sebastian Bach e órgão) o professor pode fazer uma atividade relacionada ao conceito de Passacaglia.

Essa atividade pode ser simples e feita da seguinte maneira:
1º -  o professor pode cantar/tocar uma melodia simples e propor que o grupo de alunos (a atividade poderia ser em grupo) faça uma variação dela;

2º - o professor pode realizar uma sequência rítmica e propor que cada grupo realize uma variação dela. Essa variação pode ser orientada pelo professor, no sentido de serem abordados os valores rítmicos vistos nas aulas anteriores, por exemplo.


Depois disso, como etapa final da aula, o professor pode questionar os alunos sobre a atividade/pratica musical e por fim, realizar a avaliação com palavras cruzadas*.


* que estará na seção "Avaliação Musical".

Essa é uma aula bastante simples, porém minha ideia principal era comentar sobre o repertório em si, já que essa música não é muito conhecida, apesar de ser um dos maiores exemplos de passacaglia.











quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Plano de aula


O plano de aula que eu considero bem delimitado eu aprendi com o meu orientador (2011) de mestrado.
Ele sempre coloca a importância de começarmos uma aula com a limpeza de ouvidos (Schafer) para o aluno se conscientizar da importância do silêncio, como também dos sons do mundo.

Também é interessante fazer uma recapitulação da aula anterior, pois isso mostra ao aluno que os conteúdos estão intercalados (essa é uma das vantagens de se ter plano de ensino e a sequência dos planos de aula bem pensados e delimitados).

É interessante o começo da aula ter esses aspectos.

A sequência já envolve aspectos individuais de cada professor e o tempo de aula.
Porém, sempre é interessante a aula de música possuir: apreciação, prática musical (desde composição, a execução, atividades musicais...) e avaliação.
Dentro dessa ideia, também podemos incluir o "Meu instrumento é", dependendo do eixo temático e também História da música. Também e fundamental ter a parte histórica sempre quando existir a apreciação, porém isso também é inerente à atividade do "Meu instrumento é".
É verdade que dependendo da duração da aula, fica um tanto inviável abordar todos esses aspectos.
Dessa forma, não me atreverei a dar uma sequência fixa e verdadeira para um plano de aula, mas sim sugestões de abordagens.

Por fim, a avaliação surge como uma forma de nos ajudar a medir se os alunos compreenderam o que foi ensinado. Ela pode ser simples, podendo ter caráter lúdico, por exemplo.

Era isso...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Copiar o conteúdo?


Quero abordar um assunto bastante interessante, porém o farei de maneira completamente anti-acadêmica, ou seja, me basearei somente em meus "achares".

O ponto desse texto é sobre o "copiar ou não copiar o conteúdo ensinado durante as aulas". Esse ponto de debate surgiu durante as aulas que eu observei de meus alunos de estágio, cuja  disciplina eu também era estagiário, devido a bolsa do mestrado que estou fazendo (2011/2012).


Eu sou adepto da ideia de que o aluno precisa copiar o conteúdo ensinado em sala de aula, sendo essa de estágio ou não. Acredito que o nível de aprendizado tenha relação com a quantidade de conteúdo copiado. Porém, se a escola possui algum tipo de material didático, é óbvio que o aluno não precisará copiar o conteúdo já pertencente ao material didático.

Outro ponto bastante interessante a ser comentado é referente a "aula de música ser tornar monótona, burocrática, enfadonha, prolixa...". Esse ponto é pertinente, porém não acredito que isso, de alguma maneira, possa acontecer por causa do ato de copiar conteúdos ensinados. Eu acredito que isso possa ocorrer quando a aula é "centrada no professor". Isso sim acarreta o fracasso de uma aula, porém, copiar o conteúdo ensinado é uma maneira de valorizar a música como área de conhecimento e fazer com que os alunos compreendam essa importância. Acredito que muitos professores de Artes já tenham sido depreciados ou por colegas de escola, por familiares e, até mesmo, por alunos. Isso é normal, pois a nossa sociedade pensa desse jeito. E, para mim, quando um professor de Música ensina algo a seus alunos e não exige que ele  copia a matéria, só está confirmando ainda mais de que a aula de música é "recriação, festinha, bagunça, aula não cientifica...".

Para o professor que possa ter receio de pedir para seus alunos copiarem o conteúdo e tornarem a aula de música "chata", a saída é orientar o que deve ser copiado. Os pontos chaves, os conceitos fundamentais que são indispensáveis para a continuidade de seu plano de Ensino. Acredito que com essa orientação o aluno copiará e se sentirá fazendo parte de algo, já que a música, dessa forma, adquire um novo sentido para ele: área de conhecimento.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Plano de Ensino


A importância do plano de ensino basicamente está relacionada a organização de todo um planejamento, recheado por referenciais teóricos, reflexões e vivências. O Plano de Ensino nos ajuda a trilhar uma ordem lógica para nossos planos de aula e, dessa forma, uma organização coerente e bem pensada.

Também é importante que o Plano de Ensino seja "coerente com a legislação em vigor, com as diretrizes curriculares do Estado e do Município e, finalmente, com o projeto político pedagógico e a matriz curricular da escola" (ROMANELLI, 2009, p.125)

Dessa forma, percebemos o grau de importância de se ter um Plano de Ensino e que esse seja bem estruturado e também condizente com as leis.

Como coloca Romanelli (ibid, p.126) "O planejamento é uma atribuição do professor que consiste na sistematização do ensino para desenvolver situações educativas, por meio da previsão das ações docentes." Esse tipo de planejamento obriga o educador a sistematizar a aula, com a ordem dos conteúdos, repertórios a serem usados, reflexões didáticas, recursos materiais utilizados, como também a avaliação. Os planos de aula só são feitos a partir do planejamento do Plano de Ensino. Com esse planejamento, com todas essas etapas traçadas, o professor evita a improvisação decorrente da falta de organização.

Em decorrência de toda essa organização, as reflexões podem ser mais profundas, por que o educador, consciente do resultado obtido dentro da sala de aula e associando isso ao seu planejamento, repensa a prática e, dessa forma, gerando modificações que promovam o aprendizado do aluno. Sua proposta  fica mais organizada e melhor embasada. 

Romanelli (ibid, p. 126) ainda coloca que "O planejamento é, muitas vezes, considerado o primeiro passo da atividade docente. Entretanto, deverá ser precedido pelo conhecimento da realidade na qual será desenvolvida a prática educativa [...]".  Conhecer a realidade do ambiente escolar que o educador fará sua prática pedagógica é fundamental, pois a realidade encontrada repercuti em vários aspectos, como: filosofia do plano de ensino, conteúdos abordados, didática, recursos materiais, tipo de repertório (principalmente se o educador utiliza a teoria do cotidiano) e o Plano de Ensino sempre deve se adaptar a essas exigências.
Essas reflexões são sempre trabalhosas, porém necessárias.

É função do educador pensar sua prática com seriedade e profissionalismo.


Por fim, recomendo a leitura do livro Práticas de Ensinar Música: Legislação, Planejamento, Observação, Registro, Orientação, Espaços e Formação (2009), organizados pelas professoras Teresa Mateiro e Jusamara Souza.





ROMANELLI, Guilherme G. B. Planejamento de aulas de estágio. In: MATEIRO, Teresa; SOUZA, Jusamara. Práticas de Ensinar Música. 2009, p. 125-137.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Ressignificação

Este pequeno texto visa refletir sobre a ressignificação na educação musical.

A ressignificação envolve todo um processo de quebra de conceitos ou preconceitos sobre determinado assunto. Na educação musical esse termo é bastante utilizado quando o assunto é a "música erudita".

Como sabemos, é um desafio utilizar esse tipo de música no ambiente de sala de aula. É bem verdade que a música popular também enfrenta esse desafios, mas em outro momento comentarei sobre isso.

O uso da música erudita em sala de aula é defendido pelos PCNs, diretrizes, como também por educadores musicais.
Obviamente, essa defesa procede, pois a escola necessita expandir a cultura do aluno e, dentro desse processo, torná-la significativa para ele.

Por causa disso, a ressignificação é necessária, já que o mundo atual não comporta esse tipo de arte. Poderíamos citar inúmeros motivos, mas acredito que o maior desafio do educador musical  é transcender as dificuldades enfrentadas em sala de aula.

Para mim,  é absurdo e muita ingenuidade um professor achar que  utilizar a música dentro de um contexto de apreciação vá gerar um novo significado desse repertório para o aluno; ou ainda, é muita ingenuidade achar que realizar somente isso é o suficiente.

Infelizmente, a apreciação estética é muito pouco proveitosa, pois a sociedade de hoje não vai em direção à isso. A apreciação estética exige  concentração e isso é pedir demais, pelo menos em um primeiro momento, para os alunos.

Isso é tão verdade que, mesmo utilizando uma música como o Cânone em Ré Maior de Johan Pachelbel, escutamos comentários como "isso é música para dormi"... sem contar a total falta de interesse na citada obra.


Posso estar sendo ingênuo, mas para mim, essa música é uma "verdadeira obra-prima", com alto teor estético. Mas isso é o que eu penso. Muitos alunos não concordam comigo.

Então, eu pergunto: o que fazer?

Claro que eu não pretendo propor uma utopia, com educadores musicais ditando verdades; o que é bom e o que é ruim; o que presta e o que não presta; que a música erudita é boa e o resto não é. Não é esse o ponto.

Acredito que a questão é propor a possibilidade do aluno de sair do senso comum, tão inerente à nossa sociedade.

Acredito que, se a música erudita fizer parte mais fortemente da rotina do aluno, essa ideia simplória poderá mudar.

Mas esse questionamento, essa inquietude é nova? Claro que não.

Assim, minha contribuição volta-se em enfatizar a importância do aluno "suar, sentir em seu corpo, transpirar" através de vivências com a música erudita.

Isso parece ser engraçado e até de mal gosto, mas as coisas só adquirem sentido para alguém se elas fazem parte da vida delas. E o que melhor a sentir em seu próprio corpo a música para ela tomar sentido?

Outro dia, estava assistindo a aula de um aluno, em uma turma de 9º ano. Ele abordou a Bossa Nova. Ele mostrou 4 músicas. Os alunos estavam as achando muito chatas, como a Garota de Ipanema que, da música brasileira mais tocada no mundo, foi rebaixada à "música de elevador". Porém, quando o aluno colocou a Aquarela de Toquinho, os alunos surpreendentemente a cantaram e com muita alegria. Até afirmaram que era uma boa música. O que aconteceu? Essa canção era utilizada pela escola durante o recreio e, dessa forma, houve uma ressignificação.

Claro que se torna inviável a utilização de uma mesma música por meses, por exemplo.

Dessa forma, coloco uma sugestão: do professor diminuir a quantidade de músicas em seu plano de ensino e trabalhar as músicas escolhidas de uma maneira que as torne significativas para eles. Acredito que, dessa maneira, a ressignificação poderá ser mais bem sucedida.

Ao invés de utilizar uma aula para o Cânone em Ré Maior, o professor utilizará 2 ou 3. Nesse aspecto, é interessante o professor conversar com o repertório; perceber o que ele pode oferecer. Assim, com apenas uma música, o professor pode trabalhar vários aspectos. No caso do Cânone, por exemplo, pode ser visto: o procedimento composicional cânone; os timbres do naipe de cordas; harmonia (a música sempre segue a mesma sequência de acordes - RéM/LáM/sim/fá#m/SolM/RéM/SolM/LáM); práticas musicais com cânones rítmicos e melódicos; composição e/ou arranjo através de/do cânone; história da música (do compositor Johan Pachelbel e do período Barroco); e, obviamente, pulso, andamento; altura; duração...

Para mim, o importante não é a quantidade, mas sim a qualidade com que o repertório é abordado em sala de aula.

O ponto que coloco é a de que se os alunos puderem vivenciar o máximo possível a teoria através da prática, como também vivenciar o repertório através da prática, ele poderá se tornar mais significativo.

Nesse ponto, o papel do professor é fundamental. Ele precisa ter muita paciência, dedicação, ser um motivador e se colocar no lugar do aluno. Sempre!!!

Como coloca Keith Swanwick (2003) é fundamental o aluno executar, compor e apreciar música. Juntamente, a literatura colabora com esse aperfeiçoamento.

Esse pequeno texto que escrevi, se baseia, fundamentalmente, na ideia de "vivenciar a música, sempre, através da ação, da prática". Trazer o aluno para primeiro plano, fazê-lo possuidor de todo o processo de aprendizado; voltar a aula totalmente para o aluno.



Procure no Youtube vídeos de jovens tocando o Cânone


Acredito que os alunos podem ser apoderar desse repertório e reinventá-los. 


Por fim, recomendo a leitura do livro Música(s) e seu Ensino da autora Maura Penna.

Esse livro comenta sobre várias coisas, dentre elas a ressignificação. Leitura muito interessante, muito pertinente para a educação musical e as reflexões que à ela pertence.

Está dada a dica.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Atividade de Composição e Osvaldo Lacerda


Uma forma de falar da música erudita brasileira é tentar fazê-la mais próxima possível do aluno. É aquela velha história da ressignificação e quebra de conceitos/preconceitos.
Dessa forma, proponho uma atividade de composição utilizando a Fuga Proverbial do compositor brasileiro Osvaldo Lacerda (1927/2011).
Essa composição é formada pela frase:

"Pato e parente só serve pra sujar a casa da gente"

Somente isso!!!

A ideia, é seguir o seguinte procedimento:

1º) Fazer uma revisão do repertório de possibilidades de como fazer música: sons do corpo; sons de dentro da sala de aula; instrumentos musicais; instrumentos feitos com material alternativo; voz e as diversas formas de impostação (falado; lírico; popular...)
A possibilidade da criação de paródias, utilizando a frase de Osvaldo Lacerda, pode ser considerada, apesar de que a paródia acaba adquirindo uma ideia de arranjo e não de composição.

2º) Passar a letra no quadro (fazer com que cada aluno copie em seu caderno)

3º) Formar grupos

4º) Deixar que cada grupo busque a melhor forma de expressar uma ideia musical utilizando a frase "Pato e parente só serve pra sujar a casa da gente". Dentro dos limites*, o professor deve ajudar os alunos a desenvolver o trabalho.
* o professor deve ter o cuidado em não interferir demais no processo de composição

5º) Tema para a casa: o grupo deve trazer pronta a ideia musical.
É importante que o professor oriente seu aluno e não subestime o potencial deles.


Na 2ª aula, o professor questiona os grupos sobre o rendimento e se conseguiram desenvolver uma ideia musical.
Fundamental assistir  a cada apresentação e gravar todo esse processo.
Uma avaliação crítica, por parte dos alunos pode ser incentivada. Questioná-los sobre o que funcionou e suas maiores dificuldades.

Logo após isso, o professor contextualiza a frase "Pato e parente só serve pra sujar a casa da gente", falando sobre a carreira do músico/compositor Osvaldo Lacerda.

Importante também destacar a figura do compositor. Essa abordagem é reforçada pelo ato composicional realizado pelos alunos. Assim, o professor pode mostrar a seus alunos a importância do compositor e mostrar que na música há vários participantes, trazendo para primeiro plano a figura do compositor. Isso, seria uma espécie de objetivo específico.

Por fim, após falar sobre a carreira de Osvaldo Lacerda e sobre a importância do compositor, o professor pode mostrar um áudio ou vídeo da Fuga Proverbial. Mostrar a riqueza da composição, levando em consideração, principalmente, que ela possui apenas uma frase com 11 palavras.
Eis o vídeo:

 Procure no youtube vídeos com corais cantando a peça; é só digitar o nome Fuga Proverbial que aparece.


Se o professor achar viável, ele pode tentar ensaiar a própria Fuga Proverbial, mas, sinceramente, acho isso inviável. Ela possui grande dificuldade e esse processo tomaria muito tempo das aulas.
Esse fator seria o grande ponto negativo dessa proposta. Mas acredito que essa ideia pode gerar bons frutos relacionados a composição musical.



Por fim, me senti na obrigação de colocar que minha proposta é bastante semelhante a de John Paynter.
Sinceramente, eu não conheço muito bem o trabalho dele, então colocarei uma parte da dissertação do Graciano Lorenzi como forma de ilustração.

P.25/26

"Paynter propõe o uso da técnica denominada por ele como 'composição empírica' que se caracteriza pelo fazer direto no material, onde a pessoa experimenta e improvisa até obter a forma final. Entre os principais passos da técnica, ocorre a experimentação livre do material, improvisação a partir da experimentação, criação de um trabalho final, codificação do trabalho (escrita musical), execução e análise das peças criadas, audição de peças de outros compositores.
Um aspecto relevante na proposta de Paynter diz respeito ao papel do professor. Ao invés de simplesmente oferecer modelos para a reprodução a partir de um programa fechado, o professor objetiva favorecer o contato do aluno com material diversificado e de qualidade, conscientizando a respeito do que ele realizou com os sons, enriquecendo suas expectativas (SANTOS, 1994). Para tal, Paynter considera salutar que haja 'uma conjunção do artista-criador e do educador interessado pelos temas de escolaridade' (FRAGA, 1997, p.127). O papel do educador musical é fundamental para que os alunos estejam realmente envolvidos nas experiências musicais. O próprio Paynter afirma: 'O desejo por liberalizar os programas e centrá-los no aluno está orientado, em parte pela ideia de que [...] a educação fracassa se não oferece ocasiões para o florescimento da personalidade e o desenvolvimento da imaginação' (PAYNTER, Apud FREGA, 1997, p.127)

LORENZI, Graciano. Compor e gravar músicas com adolescentes: uma pesquisa-ação na escola pública.  Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2007. Dissertação de mestrado. 165 f. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/10549





Por mais que a manipulação do material seja livre, nesse caso, o aluno partiria da frase de Osvaldo Lacerda. Mesmo assim, o grupo de alunos escolheria o caminho de sua composição, podendo priorizar aspectos rítmicos, por exemplo, dentro da forma que quiserem. O trabalho é livre, mas seria interessante ser pensado, ter uma ideia de organização. Também é importante o registro da criação, mesmo sendo através da partitura analógica. 




Era isso pessoal
Espero ter colaborado.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Análise musical e escola: Tema do jogo Mario Bross

Olhem o que a galera da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) fez:


Procure no youtube por Análise da trilha sonora do Super Mario World




O pessoal mandou muito bem. Ficou muito bom.
Vale a pena acessar o site do youtube e ler as conversas referentes a esse vídeo.


Gostaria de sugerir um livro que pode ser ser usado facilmente em sala de aula da educação regular.
Refiro-me ao Pausa para ouvir música: um jeito fácil e agradável de ouvir música clássica, da autora Bernadete Zagonel.




O livro possui linguagem bem simples e é extremamente didático.
Vale a pena conferir.


Só lembrando que realizar análise musical em sala de aula do ensino regular não é tarefa fácil.
Fica, aqui, duas sugestões.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Trilha Sonora e Iniciação ao arranjo

Farei uma breve explanação sobre ideia de arranjo utilizando músicas de trilha sonora como exemplo usado em sala de aula.

Há um seriado eu eu gosto muito chamado "Fringe".



Não vem ao caso comentar sobre a história do seriado.
Porém, algo muito interessante aconteceu relacionado ao tema de abertura dessa série.
O criador de Fringe é o J.J.Abrams (criador de LOST) e o escritor confessou que sonhou com o tema de abertura, ou seja, não foi o compositor da série quem o fez. Isso é muito curioso.

Bueno, mas voltando ao assunto.


Eis o tema original da abertura (a abertura começa com 10s. de vídeo):


No youtube - digite Fringe Opening Credits




Porém, há uma versão muito curiosa desse mesmo tema.

O compositor fez uma versão ao estilo "anos 80". Ficou genial.








Achei genial toda a atenção que o compositor teve em realizar a versão retro: desde o uso dos timbres de teclado (toda a música), a bateria bem estilo anos 80, os metais e a guitarra com distorção fazendo somente um acorde, finalizando a música.


Dessa forma, minha sugestão é a de que o professor pode sugerir ou efetuar um estudo mais técnico de um estilo musical ou de um período da história da música e propor um arranjo, colocando em prática tudo o que foi aprendido.


Agora eu me recordei de outro exemplo de arranjo.
Esses dias vi um documentário realizado pela BBC, intitulado "The Genius of Beethoven" e ele é divido em 3 partes.
1 - The Rebel
2 - Love and Loss
3 - Faith and Fury

Uma das cenas que me chamou a atenção aconteceu no Episódio Nº1 - The Rebel.
L.V.Beethoven é convidado para participar de uma espécie de competição pianística. O primeiro pianista toca uma sonata de Mozart. Logo após, Beethoven toca a mesma sonata, só que do seu jeito, ou seja, realizando a ideia de arranjo.

O professor pode mostrar esse vídeo para a turma, só que dentro de um mundo um tanto inusitado: a sonata clássica de Mozart X a sonata clássica com uma releitura de Beethoven.
É bem verdade que essa versão possivelmente não foi composta pelo próprio Beethoven, mas ela possui muitos de seus elementos composicionais. Vale a pena conferir.



A parte do duelo pianístico ocorre, mais ou menos, com 31minuto de filme. Se você tiver muita pressa, é possível ir "direto ao ponto" e assistir somente ao "duelo".


Bueno, por hoje é isso.




A Ópera Didon de Henry Desmarest



Tive o privilégio de participar de uma ópera barroca francesa, do compositor Henry Desmarest.

Obra muito bonita, muito bem composta tanto a parte instrumental como a vocal.

Eis algumas fotos da apresentação.























terça-feira, 15 de novembro de 2011

Trilha sonora de desenho em sala de aula

Há muitas músicas que são compostas atualmente que merecem um pouco da atenção de todos.
Muitos compositores eruditos atuais trabalham com trilha sonora de filmes, desenhos, jogos... e sua utilização para o ensino, não significa nivelar por baixa a musicalidade. Dessa forma, venho colocar algumas sugestões de repertório para ser trabalhado em sala de aula.
Mas não esqueça aquela velha história: isso é uma sugestão que pode funcionar em determinadas realidades. Não esqueçamos que nossas escolas possuem diversidades, a tal da multiculturalidade.

Bueno, dessa forma continuo minha ideia.
Ela se baseia em utilizar trilha sonora de animes (desenhos japoneses) em sala de aula. Para mim, essa utilização acarreta dois tipos de ganho:
1º) aproximar algo que é comum ao mundo do aluno, já que os animes "estão em alta"
2º) são músicas mais curtas (apesar de que utilizar músicas longas não seja um problema, já que o professor pode apenas mostrar um pedaço dessa música e deixar a vontade e curiosidade do aluno em escutar o resto, ex: 4º movimento da 9ª Sinfonia de L.V. Beethoven).

Bom, como exemplo de música, coloca a trilha sonora do anime "Heroic Age".


Professor, no seguinte site há a possibilidade de assistir animes:


http://anitube.co/


Os animes mais conhecidos são Naruto, Bleach, One Peace... mas o professor pode utilizar essa trilha sonora sem medo, já que a temática está voltada para "guerras estelares e a luta pela liberdade". Sem contar que esse Heroic Age, em especial, fez época. Ele é tido como uma referência, juntamente com Banner of the Stars.


Inicialmente, é importante falar do compositor responsável pela trilha sonora. Seu nome é Satou Naoki
O professor pode falar um pouco sobre a carreira desse compositor, como também um pouco sobre a ideia do anime.


Colocarei duas ideias aqui:


1ª música) Kizu (2.33)


Com essa música, o professor pode trabalhar vários aspectos, sendo musicais ou não.
O que mais me chamou a atenção nessa obra, foi a beleza e a dramaticidade da melodia, ou seja, o professor pode trabalhar o aspecto do "Caráter Expressivo", comentado por Keith Swanwick.
Pode também focar aspectos mais inerentes à música, como: timbre (só há cordas); altura (o compositor utiliza saltos melódicos ascendentes para aumentar a dramaticidade da peça); andamento e forma (aqui, o professor pode utilizar recursos provindos de Dalcroze, utilizando movimentos corporais para a compreensão da forma, dentro do andamento).
É uma bela música. Eu a escuto todos os dias.


2º música) Taiwa (1.46)

O aspecto mais chamativo dessa música é a utilização de timbres artificias, ou seja, sintetizador.
É interessante mostrar aos alunos que há essa possibilidade de utilização na música. Você pode até pensar que isso é muito natural, presente na realidade, mas na verdade não o é. Vivemos um momento musical onde a redução (tempo de música, tamanho de banda, cd com menos músicas, extinção dos solos instrumentais) tomou conta do cenário e a presença de um tecladista, por exemplo, está cada vez mais rara nas bandas, salvo algumas exceções. Dessa forma, o professor pode fazer uma explanação relacionado à esses itens (obviamente, utilizando outros vídeos que representem os comentários anteriores) e, por fim, realizar um LINK com a utilização de instrumentos feitos com material alternativo, sons do corpo, sons obtidos dentro da sala de aula (carteiras, cadernos, canetas...) e, dessa forma, propor uma atividade de composição utilizando essa ideia de diversidade de timbres.
Outra sugestão: o professor pode propor uma atividade de composição/arranjo/acompanhamento rítmico. Os alunos podem inventar um padrão rítmico, um ostinato, enfim, um acompanhamento rítmico que seja sistematizado, pensado, refletido, dentro dos conteúdos já aprendidos (ou seja, não seria uma atividade livre/improvisação) e, dessa forma, o professor pode avaliar todo o processo de composição do arranjo associando com o estudo das figuras rítmicas já vistos em sala de aula.
Por fim, o professor pode questionar seus alunos sobre a eficácia ou não da utilização dos ritmos e, dessa forma, fazê-los refletir sobre o processo de arranjo de uma música.

A música colocada abaixo é composta por notas longas (como a Taiwa), mas a parte rítmica mudou o caráter dela.
Esse aspecto pode ser abordado pelo professor.


Música Mystery (Tiago Sául e Rodrigo Londero)
PS: não esqueça de apertar o "play", no Myspace.


http://www.myspace.com/tiagosaulmusica/music/songs/mystery-82743918

Um aspecto que favorece a utilização desse tipo de música se refere ao seu tempo: geralmente são música curtas, mas que possuem forma e melodia bem definidas. Isso pode servir de parâmetro para composições curtas, perfeitas para a sala de aula.
Porém, é evidente que TRILHAS SONORAS não substituem obras de compositores consagrados da música mundial. Dessa forma, essa ideia serve dentro de uma proposta.

terça-feira, 8 de março de 2011

O SER, A ESSÊNCIA, O CORAÇÃO

Meu coração aqui se alimenta
Dos venenos, de uma vida sem beleza.
Minha alma agora grita por clemência
Entorpecida por um sonho que acalenta.

Cantiga que desperta o sono inerte
Que canção é essa que eu escuto?
Sorrateira melodia que adormece,
Que maldiz o puro anelo, resoluto.

O frio de uma alma adormecida,
Distraída pelos vícios, pelas dores.
Esquece que esquece o sofrimento
Tão banal é sua vida, seus valores.

Distraída pelos vícios, pelas dores.
Que canção é essa que eu escuto?
Que maldiz o mais puro anelo, resoluto.
Minha alma agora grita por clemência.

Tão ditoso se parece o esquecimento,
Enraizado em terras ardilosas
Cultuado por defeitos que afagam
Meu amor, a essência vultosa.

Como diz as linhas do poeta
“O ser que é ser transforma tudo em flores.
E para ironizar as próprias dores
Canta por entre as águas do dilúvio”.



O Ser se escreve com maiúsculo
E luta pelo anelo resoluto
Pelo Amor, “pela nobre fé tranqüila”.
Se expande pelo cosmos, pela vida.

Meu coração aqui se alimenta
Dos venenos de uma vida sem beleza
Mas o Ser transforma a malvadeza,
Desperta do sonho, da fraqueza.

Que cantiga é essa que desperta?
Que canção é essa que eu escuto?
Que pureza é essa que me afaga?
Que desperta o mais puro anelo, resoluto?

Meu coração aqui se alimenta,
Das impressões de uma vida, da existência,
Das sombras vencidas em meu peito,
Vejo a vontade que cativa o mim mesmo.

E por mais forte que pareça a tristeza,
Meu coração agora se alimenta,
Do Ser, da nobre fé tranqüila,
Da essência, do anelo, da pureza!


Por Mim mesmo
Mês de agosto (2010)

AMOR CELESTIAL



Um pequeno poema que escrevi em 28 de abril de 2004

“Amor Celestial”

Meu céu, oh céu estrelado,
Tão brilhante é sua aura tenra,
Que fragrância exala seus mistérios,
Seu poder de despertar segredos.

Do seu brilho, o Cosmos se alimenta,
E por todo o universo e galáxias,
Sua tenra aura não se cansa,
De dizer o porquê de sua beleza.

Os corações seu brilho almeja,
E por entre espadas afiadas,
Sua doce chispa se embriaga,
Da vontade de estar sempre presente.

E por entre os sóis ela viaja,
Cantando a magia, ao eterno,
E em cada alma ela semeia,
Suas doces flores da vontade.

Ao Eterno sua luz viajará,
E suas flores de tão doce fragrância,
Tão puras e brancas permanecerão,
Pois, por entre os sóis elas estão,
Protegidas pelo Amor Celestial.